sábado, 31 de dezembro de 2011

RETROSPECTIVA 2011



Bom, se fosse fazer uma restrospectiva muita cheia de pormenores, viraria um livro, uma vez que 2011 foi um ano movimentado e mais que isso, um ano cheio de pensamentos, decisões, perdas, ganhos, etc. Mas como é um blog mais voltado ao esporte tentarei, veja bem, tentarei, me ater aos pontos que tem relação com o esporte.

Para mim 2011 na verdade, começou em novembro de 2010, quando fiz minha primeira prova de 10 km, foi o circuito das estações adidas em BH. Fui sem esperança de nenhum tempo muito bom, queria terminar (mas no fundo colocamos expectativas) e para essa corrida era de terminar em menos de 1 hora), consegui fazer em 56 minutos e guardo a mensagem no celular até hoje. Nessa mesma época comprei uma bike road para mim, uma caloi sprint, mas com quadro Mônaco tamanho 56. Era o mais em conta que tinha achado e ia ser isso mesmo. Já treinava natação, mais muito mais volume que técnica ou outro tipo de treino. Mas já estava com o triathlon na cabeça, faltava criar coragem de inscrever em uma prova e meter cara.

Mesmo assim, fui participando das corridas aqui na região, fui fazer a Volta do Cristo em Poços de Caldas (16 km com uma subida insana). Tinha corrido 16 km uma única vez em um treino mas queria ir e fui, então janeiro fiz a Volta ao Cristo, os 16 km mais destruidores que participei. Impressionante a subida, subi correndo ate o meio e comecei a andar com a galera. Mas terminei com 1:45 h. Percebi que gostava desses desafios e que não precisava ter medo. Participar de um triathlon começava a ganhar mais consistência. Nessa época decidi comprar a planilha ironguides para meio iron e que fosse para atletas experientes (me achava experiente pois já conseguia fazer o que a planilha classificava como experiente, mesmo que sofrendo). Agora os treinos tinham objetivos mais claros.

Ainda participei de uma corrida de 10 km em Itajubá onde fechei com 56 min de novo. Depois uma serie de corridas de 10 km, onde em uma delas (noturna) após nadar 2000m e pedalar 60 km, consegui finalmente baixar de 50 min, 49 e uns quebrados. Depois foram mais 2 corridas de 10 km com tempos de 46 e pouco, meu melhor tempo. Uma corrida em Três Corações e outra em Pouso Alegre.

Em março, acho, abriram as inscrições para o GP Damha em São Carlos / SP, para mim, mais fácil de chegar. Me inscrevi no short, mais uma vez com a intenção de terminar.... dia seguinte era o Extreme e eu poderia ver todos os triatletas que lia sobre no Mundo Tri, na TriSport, etc. Estava empolgado e nervoso. Nunca tinha nadado em águas abertas, mas achei que seria minha melhor modalidade uma vez que estava treinando forte, mera ilusão. Como é difícil, povo esbarrando, passando por cima, eu que treinava nadando 3x1, só consegui nadar 2x1 e de um lado só, o ombro direito ficou destruído. A perna da bike era só pirambeira, bem difícil e a corrida também tinha subida, ou seja, foi uma estréia bem escolhida. Consegui terminar com 1:14 acho. Já tinha na cabeça que 2012 era no extreme que eu ia.

Depois disso participei de uma prova de MTB, com uma bike emprestada da minha prima, heheheh, coluna ficou estragada por causa do tamanho da bike, mas tai uma prova gostosa de fazer. Imagino um Tri Off Road.

Me inscrevi também no circuito athenas, para os 10, 16 e 21 km. Fui melhorando, tanto que nos 21 km pude largar no Top 300 o que para mim foi como um troféu. Uma pena que na última etapa, bati o carro indo para BH e isso comprometeu o desempenho. Mas terminei, quebrado e sofrendo.

Fiz a Asics Golden Four em BH também, muito boa prova, meus primeiros 21 km. Queria terminar abaixo de 2:30 e para minha surpresa, terminei com 1:52h, inteiro. Depois de 1 semana, fui para Pocos d Caldas de novo para correr 25 km entre Poços e Pocinhos do Rio Verde, tipo uma meia maratona qu atravessa as serras entre as cidades. Muito bom, consegui manter um ritmo bom e fiz em 2:09h.

Depois das provas mais longas e treinando com a planilha, criei coragem peguei uma grana e me inscrevi em Pirassununga (o meio iron que eu tanto queria). A, no meio do ano, achei que poderia ter uma bike melhor, apertado paracaramba. Comprei uma TT do Max da Kona Bikes, era para ser uma mais barata, mas como não tinha e eu já estava na empolgação, foi essa que vai ficar comigo um bom tempo. Treinei bastante com ela, mas não fiz bike fit, ou seja estou em uma posição que acho que está mais ou menos boa, mas a lombar ainda sofre mesmo nos treinos.

Fiz Pira e me surpreendi com meu tempo, novamente a intenção era acabar, mas com vontade de ser abaixo de 6 horas, quando vi que daria para fazer abaixo de 5:30 quando terminei a primeira volta da corrida me empolguei e exagerei, terminando mesmo assim com 5:37 h, o que para mim foi motivo de muito orgulho.

Depois veio de surpresa Brotas (Interestadual de triathlon), na distância olímpica com uma preço camarada e um monte de benefícios. Fui né, mesmo detonado de Pira. Dessa vez o percurso do olímpico, me arrisco a dizer, superou todas as expectativas de dificuldade. Foi MUITO difícil, na T2 coluna travada, nem sei como terminei... mas foi mais uma experiência que me fez crescer, estarei lá de novo em 2012 se Deus quiser. Aliás, estarei em todas as 3 provas que fiz esse ano, se tudo der certo.

Já com o corpo esmagado fui fazer uma “corridinha” de 12 km aqui perto em Elói Mendes, também chama Volta ao Cristo, meu Deus, foram os 12 km mais sofridos que já corri, altimetria terrível com subidas e descidas insanas, terminei sem andar em nenhuma subida com 1:10h.

Depois disso me deu uma canseira que juntou com uma depressão de final de ano que me dá, mais viroses e resfriados, que fiquei 15 dias sem fazer nada direito, engordei 4 kg. Mas agora reencontrei o ânimo e voltei a treinar direito, claro que com uma intensidade menor, ate reaver meu condicionamento.

Em resumo, 2011 foi um ano de mudanças para mim, corrida era um aquecimento que eu fazia para jogar vôlei e fazia bem mequetrefe, não achei que poderia me trazer o prazer que tenho hoje. A perda de um amigo / irmão que jogava comigo, me fez deixar de vez o vôlei e partir para outros esportes. Hoje vejo que fiz certo, o time de vôlei acabou, não tenho tantas lesões serias mais e posso treinar sozinho nos horários que sobram.

Achava que demoraria a me considerar um outro tipo de esportista, mas depois do que passei para conseguir, ao menos, terminar as provas que me propus a fazer, acho que já posso me considerar um triatleta, inexperiente com muito a aprender, mas mesmo assim um triatleta e isso me deixa muito orgulhoso olhando como estava em 2008/2009 e como estou agora. Tenho muito a evoluir, alimentação ainda é difícil para mim, a parte social, os amigos ainda não entendem direito, mas .... nem tudo são flores! Precisamos fazer escolhas e eu estou fazendo. E estou conhecendo novos amigos, o que também é uma parte legal do triathlon, todos compartilham dicas, macetes, técnicas de treino, etc.

Agradeço a minha família por aceitar que eu estou sério no esporte (claro que tive de superar desconfianças, ainda tenho, uma vez que sempre explico que vou participar da prova para ME superar e não ganhar, quem sabe um dia). Agradeço à Fernanda, minha namorada que me acompanha e que entende minha dedicação em momentos que normalmente seriam de festa. Agradeço aos novos amigos do triathlon, do Ironbrothers que me mostram como é importante a disciplina e a dedicação nesse esporte e ao mesmo tempo mostram o quão maravilhoso ele é também. Agradeco ao meu irmão / amigo Juninho que lá do céu me manda forças para que eu termine cada prova, tenho certeza disso. Muito obrigado.

Bom, falei só de esportes, vou terminar dizendo que não foi nada fácil conciliar treinamentos e provas com o trabalho, o estudo (2 pós graduações) e com o aspecto mental que estava passando. Foi um ano de mudanças, aprendi muito....

Por fim, bom 2012 a todos os guerreiros e guerreiras que conheço, em todos os aspectos da vida!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Interestadual de Triathlon em Brotas - SP


Como prometido e para o blog não ficar às moscas, vou contar como foi estar em Brotas no 2º Interestadual de Triathlon.

Como ainda estava meio quebrado de Pira e fiquei resfriado só consegui nadar 1000m, correr 1 hora mais ou menos e pedalar umas 4 horas nesse intervalo que separou o Long Distance de Brotas. Mesmo assim, como a proposta da prova era “irrecusável” e eu já havia me inscrito, pensei: por que não, nunca fiz um olímpico e a facilidade de ir para o interior de SP (mesmo sendo 400 km) me agradou.

Eu não contava com um imprevisto. Sexta feira teve show do Teatro Mágico em Pouso Alegre (aqui perto) e como nunca fui, tive de ir com a namorada. Não agüentei e bebi umas 6 cervejas, depois ainda comi um superlanche, isso lá pelas 1 ou 2 da manhã. Super saudável para quem iria viajar no dia seguinte e participar de uma prova de triathlon no domingo. Acordei com uma ressaquinha leve, mas enchi as caramanholas com água e gatorade e fomos para brotas umas 9:30 h. Paramos para almoçar em um Graal não sei onde e rumamos em definitivo para Brotas. Como cheguei umas 13 horas em Brotas, achei melhor mudar o plano inicial de ir direto para o local do evento, para um plano B de ir primeiro na pousada. Fui na desconfiança, achando que teria de pegar algo com a organização primeiro, mas não teve nada, nosso nome estava lá e a Pousada das Araras era show de bola (ponto para organização). Descansei e me hidratei mais ainda, tomei banho e fomos para o Bairro Patrimônio (local da prova) umas 16, 16:30h. Chegando lá peguei o kit rapidinho, que por sinal tinha uma camiseta bem legal e fui montar a bike. Tinha mecânico lá e eu não sabia, o Samuca fez até Bike Fit para a galera e eu vacilei. Bom, mesmo assim fui montar. Para quem não sabe, tenho um Peugeot 206 que não tem nenhum acessório para carregar a bike, ou seja, rebaixo o banco, removo as rodas e bora viajar. O ruim é que suja demais.

Montei a bike e fui p transição. Pessoal da organização tudo gente boa, dando a maior força, conheci o Branca, cara espetacular que dava altas dicas lá. Na transição conheci pessoalmente a Claudia, a Bia, o Eduardo e o Fernando de SP, conheci o Artur do RJ também e outros tantos. Conheci o Fernando Quirino do Ironbrothers sem saber que era ele, vi quem eh o Rodrigo Massoni, o Vilela. Muito bom poder trocar experiências e conhecer essa galera entendida. Para todo mundo eu perguntava se o trajeto “desafiador” da bike era aquele que a gente chegava de Brotas (só pirambeira), todo mundo me confirmava e ainda diziam que seriam 2 voltas. Ok, talvez eu não agüente e pare em algum bar ou cachoeira no meio do caminho. Congresso técnico logo após deixar a bike lá na transição devidamente coberta com plástico bolha (pô, to pagando a bike ainda). Muitas bikes Road e poucas TT. Mas como a minha Road não é muito confiável, levei a TT mesmo.

No congresso apresentaram o Vilela, como o cara dos 10 IM, apresentaram os patrocinadores, vi quem era o Fred e o Richard também. Após isso foi-nos apresentado a proposta da prova e o percurso. O pessoal da organização foi enfático em dizer para ir com a bike bem reguladinha, nessa hora já comecei a ficar ansioso e arrependido pelas cervejas tomadas e mesmo pela inscrição na prova. Depois fomos ao jantar de massas, logo ao lado do parque. Ah, esqueci de comentar que o local da natação e transição é um parque municipal com camping, uma represa enorme, etc. O pessoal fica andando de Jet ski lá e tomando umas e fazendo churrasco.

Jantar excelente, com várias opções de massas. Comi bastante e como não tinha muito lugar para sentar, conhecemos o Sérgio, triatleta de Barretos que ganhou sua categoria (45-49 anos). Cara gente fina também.

Fomos embora e como eu já estava nervoso, fui arrumar tudo para o dia seguinte. Deixei tudo dentro da mochila que ia levar para a transição, água no congelador. Banho e sono depois.

Às 5:30 h fomos para o local, cafezão já estava sendo servido, comi o tradicional para provocar problemas intestinais matutinos, hehehe, se maiores detalhes.

Levo as coisas para a transição, confiro umas 10 vezes e tá bom, largada marcada para as 8:50 h acho. Já fui para o pórtico perto da água, tava meio frio, fui reconhecer a represa e tava frio meeeesmo. De repente chega a notícia, roupa de borracha liberada, puuuutz, eu nem levei a minha. Deu raiva, mas fazer o que, aqueci e esperamos a largada do paratriathlon (parabéns demais a essa galera, os caras são bons) e a largada da elite.

A prova:

Natação

Duas voltas de 750 metros entre as bóias, não tinha muita gente então até que deu para nadar razoavelmente. Mas os braços sentiram a falta de treino. Tava pesado. O top branco da 2XU saiu laranja da água, acho que agora sua cor esta entre marrom claro e branco manchado. Saí da água nem sei com quanto tempo (depois vejo no site) e corri uma eternidade até a bike.

Ciclismo

Sapatilha clipada com o elastiquinho e vamos para a área de montagem, chega lá coloco uma sapatilha, aí vem uma subidinha e não consigo colocar a outra, rsrsrs, fiquei lutando até conseguir, beleza consegui. Agora sim, fazer força e ver se o percurso era pesado mesmo. Saí com a faca nos dentes atacando as subidas, descendo algumas ladeiras clipado, nem aí, até chegar na maior ladeira, aí não teve jeito, desclipei e fui o máximo que podia sem frear, com o cuidado de não passar reto nas curvas fechadas. O Fernando, que tinha conhecido lá, tava de bike Road, como ele tava muito próximo, na subida ele me passava, na descida ou reta eu passava ele, rsrs, até o momento em que ele falou, “pô até quando vamos ficar nessa putaria....” kkkkkkk. Ele continuava na minha frente mas com uma distância boa. Depois da descidona, chega uma reta e o retorno, pego um copinho d’água já pensando se voltaria ali depois. A volta, a descidona se torna a subidona e sinceramente, é nessas horas que eu penso em ter uma MTB, putz, não tinha posição na bike em que a lombar não doesse, achei uma mais ou menos, que era segurar no apoio do clipe, aí consegui subir mais ou menos as várias subidas. Descida e subida o tempo todo, com essa gigante que quase matava a gente. Cheguei ao fim da primeira volta e continuei apesar de tudo o que iria passar de novo. Tomando gel, água e accelerade. Parece que a 2ª volta eu fui mais cauteloso, alguns me passaram, mas depois passei de novo. Desci a “rainha” de lá com mais medo dessa vez, mas a uns 70 km/h, cheguei no retorno novamente, água no rosto e vamos terminar a bike. Na subidona (rainha) dava tempo de contar história, suar tudo, reidratar, era um bom tempo subindo, nisso tinha uma moça de bike TT também, atrás de mim sofrendo e falando que a gente tava sofrendo mais por causa da bike, chega um cara atrás dela e pergunta se ela tava com o câmbio travado porque ainda tinham 2 marchas para cima, ela olhou, trocou as marchas, agradeceu e foi embora ..... sumiu! Nessa volta um carro me passou e os caras me mostram uma vodka balalaika e gritam, “vamo bebe”, putz, naquele calor, beber vodka, pqp. Hidratei e tomei o resto do accelerade e fomos para a T2, sempre perseguindo o Fernando de SP, chegando na T2, desclipei a sapatilha e saí correndo de sapatilha e tudo, coloquei a bike no lugarzinho lá e fui colocar tênis, aí o bicho pegou, minha lombar não me deixava abaixar, rsrsrs, tive de sentar colocar o tênis, pegar um gel e sair para a corrida. Esqueci o advil q devia ter tomado na bike já.

Corrida

Saí com a lombar em frangalhos, mas pensei “são só 10 km, já já eu volto”, prometo nunca mais pensar nessas coisas. A corrida foi pela mesma estrada mas em sentido contrário, indo para São Pedro (estrada horrível por sinal, novidade para mim no estado de SP). O percurso era igual da bike, se não era subida era descida, devia ter umas 3 retas no máximo. De 2,5 a 2,5 km tinha posto de hidratação, mas como demorava p chegar. Sombra nem pensar, de vez em quando um ventinho. Consegui manter um ritmo bom, sempre via algumas pessoas andando, mas preferi continuar no ritmo que tava. O Fernando abriu muito e não consegui mais acompanhá-lo. Um outro carinha me passou e tentei ir no ritmo dele, durante um tempo deu certo, depois ele conseguiu abrir, na subida final, vi uma pessoa andando, pensei “vou alcançar, faltam só uns 2 km”, comecei a aumentar o ritmo, vi que era uma mulher, na hora que estava chegando perto ela olhou para trás e voltou a correr, eu forcei ela forçou mais ainda, afffff, mas me conformei, cheguei aliviado de ter participado de uma prova tão desgastante e conseguido terminar mesmo com a lombar destruída. Detalhe que não consegui abaixar para retirar o chip na chegada. Rsrsrsrs..... tomei o santo advil e pelo menos melhorou para poder voltar.

Não vi meu tempo, mas acho que deve ter sido alto, tudo bem, foi uma prova extremamente desgastante e ao mesmo tempo legal de se fazer. Almoçamos e conheci um cara de Poços de Caldas que ficou em segundo lugar na categoria dele, legal demais!!!! Vi um pouco da premiação desmontei a bike e viemos embora. No caminho até chuva de pedra tinha.... mas chegamos bem e com a experiência de mais uma prova no currículo.

Parabéns a todos que lá estiveram e a SPTRI pelo evento. Ano que vem volto, espero que mais preparado!

Ah, conferindo agora, tempo de prova 3:15:30 h. Alto, mas bem sofrido, hehehehh!!!!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pirassununga 2011 - Minhas Impressões








Pirassununga 2011

Longe de mim querer ser um bom escritor e competir com os “grandes” dos blogs, com Wlad, Vagner, Xampa, entre outros. O que vou colocar aqui são as minhas impressões sobre o Long Distance de Pirassununga.



Viagem

Como estou com meu carro arrumando ainda de uma batida, tivede recorrer ao meu pai que emprestou seu Uno novo. Putz, colocar a bike no uno novo seria uma luta, isso eu já sabia. Como a bike já estava com tudo certinho, eu não queria ter de desmontá-la por completo (ambas as rodas). Vi no fórum do pedal.com, uns caras que colocavam as bikes dentro do carro removendo apenas um pneu, entre o banco traseiro e o dianteiro. Decidido, ia ser isso, com muito plástico bolha p não sujar os bancos. Vai de cá, vai de lá, o guidão ficava batendo no teto, solução, desmontar o guidão, feito isso a marrando-o ao quadro, a bike ficou “aceitável”. Bora p Pira então. O caminho mais perto é por Pouso Alegre, passando em Poços e seguindo por Aguaí, a estrada Pouso Alegre – Poços está parando muito por causa das reformas, tive de dar a volta por Varginha, nisso, tomando água, gatorade e comendo pãozinho com nutella.


Viagem rápida, fiquei impressionado, umas 3:30h até a AFA. E como a AFA era no meio do caminho, já entrei e peguei meu kit. A galera estava se preparando para o Short. O clima de esporte espalhava pelo ambiente, galera com suas camisetas do Iron, do 70.3, de várias provas, contagia. Não tem como não ficar tentado nas lojinhas com tanto material disponível, ainda mais para mim, que só consigo ter acesso pela net. O calor já tomava conta e percebei que o asfalto não era tão bom, ou seja, melhor apertar bem os parafusos da bike para evitar outro tombo igual ao que tomei esses dias.

Entramos em Pirassununga (sim a terra da 51, me perguntaram isso umas mil vezes aqui onde moro). Achamos o hotel e fiquei impressionado, que hotel bom. Galera falando dos hotéis horríveis de Pira e me deparo com um excelente (ótima dica do amigo Wlad). Precisávamos comer e ao lado tinha um restaurante, bonzinho também. Se estivesse em outros momentos pediria uma picanha e uma cerveja Original. Mas fomos de filé de frango e o que mais tivesse de carboidrato lá. Dormi e depois como não tinhanada p fazer, fomos de novo na AFA para o congresso técnico, que foi feito no meio da galera, com um microfone baixo e eu nem esperei terminar. Adiantou nada.

No hotel à medida que ia chegando a galera, me impressionavam os carros e as bikes. O pensamento era “O que que eu to fazendo aqui?”, mas o pessoal sempre cumprimentava e trocava idéia sobre a prova.

Pré – prova

Bom, no hotel mesmo, conheci o Wlad e seus amigos que foram do RJ. Eles estavam montando a bike. Aí já me deu um nó na cabeça. Montar naquele momento ou levar desmontada e montar lá na AFA. Em São Carlos, montei na hora e fiquei cansado e todo sujo de graxa. Novamente o Wlad deu a dica, monta, que é uma dor de cabeça a menos, pede um táxi e ele leva a bike junto. Refleti e realmente era a melhor opção, outros caras falaram a mesma coisa, monta que é uma dor de cabeça a menos e você ainda testa. Peguei a bike cheia de plástico bolha e fui p quarto montar, realmente, para deixar certinha gastei bem uma ½ hora e fiquei todo sujo. Hora de testar, saí do hotel (e já é uma subidinha), querendo fazer graçae andei uns 20 minutos, na hora que cheguei, dor na virilha, a não... vamos ao tandrilax e torcer p não ser nada. Fiz uns alongamentos, tomei banho, comi um macarrão que era para ser nhoque ( e atrasou uma hora), deixei todos os badulaques da prova em 2 sacolas e fui dormir. O taxi estava marcado para as 6:00 e o café as 5:20, beleza fomos p café, peguei a bike depois e o taxi já estava lá. Fomos para AFA, chegamos e ainda estava vazio, tempo para montar tudo certinho, repassar a estratégia e conversar com a galera, a dúvida era, sair clipado sem meia, colocar a sapatilha com a meia e ir para montagem ou levar sapatilha e meia e colocar lá fora da transição, isso fiquei em dúvida que foi para a natação junto comigo. Tava um frio,achei que fossemos congelar na água. Mas logo saiu o sol. Faltando uns 40 min, fui aquecer no lago, água quentinha, muito bom. Aqueci os braços e fui olhando por onde ia largar. Queria ir pelas beiradas.


A Prova

Natação


O pórtico de largada é muito estreito e eu achei que todo mundo ia ter de largar por ali, mas o pessoal foi se posicionando mais a direita e esquerda e eu acompanhei. Meu medo é entrar nesse turbilhão e não conseguir nadar direito, Mas fiquei com a turma da direita e entrei no meio do liquidificador, fui nadando tentando achar uma posição mais confortável e consegui, mas tava muito perto da beirada, do lago, mas tudo bem. Foi chegando a bóia e devo ter passado dela uns 200m p depois virar, mas consegui contornar tranqüilo e fui para o pórtico da primeira volta. Quando saí e olhei p trás, tinha muita gente ainda na água, nem olhei o tempo, mas vi que estava bem melhor que da outra vez. Fui para a segunda volta mais tranqüilo, não tinha mais o turbilhão, mas de vez em quando esbarrava em alguém, dessa vez fiz um percurso mais reto e contornei a bóia mais próximo dela, mas tinha tanta planta nesse retorno, que foi alimentação e hidratação ao mesmo tempo, fora a planta que grudou no porta chip e tive de carregá-




la comigo até o fim, só faltava pescar algum peixe com aquela planta, ia ser bonito sair da água com um peixe no tornozelo. Cheguei ao fim da natação, me sentindo bem, mas com aquela sensação estranha de quando você nada e depois sai correndo. Olhei no relógio, 35 min, putz, para mim que não tenho muita noção de nadar em águas abertas, estava bom demais. Depois de pensar muito dentro da água, resolvi que ia sair de sapatilha e clipar na área de montagem. Foi tranqüilo, como era grama, pude até correr na T1. Na hora de montar clipou fácil, mas um cara ficou na frente enrolando e não tinha como eu sair. Nisso a Susana Festner me passou, rsrsrsrs!

Ciclismo


Fui p primeira volta, logo tomei um gel, meu relógio apitava de 45 em 45 min p tomar um (estou com ojeriza de gel por enquanto, principalmente de Accel de laranja). E de uma em uma hora comia ½ barra de proteína e de vez em quando, umas pastilhas de eletrólitos, por sinal ruim demais). Primeira volta fui na empolgação e passei um monte de gente, estava me sentindo bem e rápido. O asfalto realmente era ruim e tinha hora que não dava p escapar dos buracos. Muitos pneus furados. Sorte que o meu não. Mas eu perguntava para todo mundo se queria ajuda ou se tinha câmara, etc. Como a maioria era tubular, não adiantava muito! Já na segunda volta me deu vontade de urinar, perdi a concentração, só pensava nisso, perguntei para um fiscal se poderia parar e fazer atrás de alguma árvore ou coisa parecida, o cara disse que sim. Mas esperei a volta 3 p fazer isso, parei numa das faixas que ele pintaram no chão para vácuo joguei a bike no mato e fui correndo “tirar água do joelho”. Perdi uns 7 min ou mais de tanta urina, rsrsrrsr! Juro que tentei fazer na bike, mas não consegui. Virei outra pessoa, consegui imprimir um ritmo melhor, mas tinha lugar que tinha tanto vento, que parecia que ia empurrar a gente para o mato, fora nas descidas que não dava para destruir, porque o vento segurava. Impressionante. Tinha lugar com terra seca, que parecia q era um furacão. Ah, coisa engraçada na bike, várias nuvens de insetos nos proporcionavam alimentação gratuita tabém, mas pela velocidade, nem dava p curtir muito o gosto. Quando fui p última volta já vi que tinha gente saindo p correr, que depre, acelerei o que deu, tomei um advil (lombar tava matando) e vento continuava a não querer que eu acelerasse muito, acho que o vento piorava a cada volta. Nessa última volta vi um cara urinando em cima da bike, escorria p todo lado, passei ele, vai que o vento joga em mim aquele líquido quente. Cheguei na T2 tirei o pé da sapatilha a saí correndo p minha área de meia mesmo, teve ter sido engraçado p quem estava vendo. Sentei, troquei de meia, passei um litro de protetor, coloquei mais gel (urgh), pastilha tinha sobrado uma e barrinha no bolso e saí correr. Esqueci do tandrilax, do advil e de mais pastilhas.

Corrida

Saí meio travado, as pernas estavam acostumando ainda, mas com uma pace de 5:00min/km que diminuiu até uns 4:30 durante um tempo, pensei “acho que vai assim o tempo todo”, ledo engano, fui sentindo o calor e tudo que me contaram sobre Pira, lembrei do Vagner Bessa falando da corrida ser punk. Tomei água, joguei água no corpo mesmo assim o pace foi diminuindo. Devia ter andado nos postos de hidratação, mas continuei correndo, tomando gatorade e os famigerados géis. Encontrei com Wlad na corrida, cheio de câimbras, ofereci gel a ele, mas não ia adiantar, remédio não tinha colocado nos bolsos e esqueci do comprimido ou pastilha de eletrólitos (isso talvez ajudasse). Continuei no meu ritmo. Chegando no fim da primeira volta, me passa a Susana Festner com a Ariane uns 30 seg no máximo atrás mandando ver na corrida, tentei acompanhar p ver o fim, mas não deu, o radiador já estava esquentando. Abri a segunda volta com muita “dor de lado”, comecei a pressionar a região e passei em frente à técnica Rosana Merino, que me indicou uma técnica de respiração que foi milagrosa. No retorno, tomei meu último gel, com cafeína para poder dar um sprint final, HAHAHA, aí o bicho pegou, entrei na terra e o pace só diminuía, vi uma galera andando e outros desistindo, tinha 2 caras que passei nessa estrada de terra, estavam andando, depois me passaram correndo, voltaram a andar, passei eles de novo, antes da reta final, voltaram a correr e me passaram, tranquilamente. Fiquei com raiva, devia ter dado uma caminhadinha também. Um cara me falou que faltavam só 2,5 km, ah tá, vou sprintar então, até pensei nisso, mas já estava judiado demais p tentar algo assim. Cheguei na reta de chegada e o coração disparou, fiquei arrepiado levantei os braços e gritei com força para representar a superação de se fazer um esporte assim. Fiz tanta força, ou quase nada de força que sobrava, que deu início de câimbra nas 2 pernas. Peguei camiseta, medalha e fui para gelo salvador. Não conseguia comer, o máximo foi um pedaço de melancia e o almoço parecia agradável. Água foi só para esfriar o corpo.




A sensação de terminar uma prova assim é incrível, não importa o tempo, mesmo eu inconscientemente, querendo fazer a prova abaixo de 6 horas. Ainda me falta experiência em provas, saber dosar a bike, ou não dosar, saber correr direito, alimentar direito. Minha sorte foi ter o pessoal do grupo Ironbrothers para me auxiliar, se não fosse pelo Vagner Bessa, Ulisses (que me ajudou demais na estratégia, valeu mesmo cara, pena conversarmos tão pouco), Wlad (que foi um amigo virtual que se tornou pessoal e me mostrou como proceder nessas provas longas), a todos os brothers que deram muita força no Facebook, muito legal. E tenho que agradecer à Fernanda, namorada que ficou o tempo todo lá esperando, torcendo e ao lado da ambulância com medo de que eu precisasse.

Prova dura, vento que eu nunca tinha visto, ambiente demais, saudável, estou empolgado ainda, mas acho que ano que vem eu volto. Vou economizar para isso, é claro, e para um bike fit também, a lombar vai agradecer bastante.

Como disse, a volta foi a 5ª modalidade, desmontei a bike sem dó, que entrou direitinho no carro! Voltei p hotel, tomei banho e só consegui comer lá pelas 5 horas da tarde. Agora as pernas estão em frangalhos e o ombro direito latejando. Semana de recuperação e próximo desafio, Brotas.

Resumindo, foi bom demais, tenho muito a aprender ainda, sofri, mas como disse antes, saí com o corpo destruído fisicamente só que mais forte mentalmente.