segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pirassununga 2011 - Minhas Impressões








Pirassununga 2011

Longe de mim querer ser um bom escritor e competir com os “grandes” dos blogs, com Wlad, Vagner, Xampa, entre outros. O que vou colocar aqui são as minhas impressões sobre o Long Distance de Pirassununga.



Viagem

Como estou com meu carro arrumando ainda de uma batida, tivede recorrer ao meu pai que emprestou seu Uno novo. Putz, colocar a bike no uno novo seria uma luta, isso eu já sabia. Como a bike já estava com tudo certinho, eu não queria ter de desmontá-la por completo (ambas as rodas). Vi no fórum do pedal.com, uns caras que colocavam as bikes dentro do carro removendo apenas um pneu, entre o banco traseiro e o dianteiro. Decidido, ia ser isso, com muito plástico bolha p não sujar os bancos. Vai de cá, vai de lá, o guidão ficava batendo no teto, solução, desmontar o guidão, feito isso a marrando-o ao quadro, a bike ficou “aceitável”. Bora p Pira então. O caminho mais perto é por Pouso Alegre, passando em Poços e seguindo por Aguaí, a estrada Pouso Alegre – Poços está parando muito por causa das reformas, tive de dar a volta por Varginha, nisso, tomando água, gatorade e comendo pãozinho com nutella.


Viagem rápida, fiquei impressionado, umas 3:30h até a AFA. E como a AFA era no meio do caminho, já entrei e peguei meu kit. A galera estava se preparando para o Short. O clima de esporte espalhava pelo ambiente, galera com suas camisetas do Iron, do 70.3, de várias provas, contagia. Não tem como não ficar tentado nas lojinhas com tanto material disponível, ainda mais para mim, que só consigo ter acesso pela net. O calor já tomava conta e percebei que o asfalto não era tão bom, ou seja, melhor apertar bem os parafusos da bike para evitar outro tombo igual ao que tomei esses dias.

Entramos em Pirassununga (sim a terra da 51, me perguntaram isso umas mil vezes aqui onde moro). Achamos o hotel e fiquei impressionado, que hotel bom. Galera falando dos hotéis horríveis de Pira e me deparo com um excelente (ótima dica do amigo Wlad). Precisávamos comer e ao lado tinha um restaurante, bonzinho também. Se estivesse em outros momentos pediria uma picanha e uma cerveja Original. Mas fomos de filé de frango e o que mais tivesse de carboidrato lá. Dormi e depois como não tinhanada p fazer, fomos de novo na AFA para o congresso técnico, que foi feito no meio da galera, com um microfone baixo e eu nem esperei terminar. Adiantou nada.

No hotel à medida que ia chegando a galera, me impressionavam os carros e as bikes. O pensamento era “O que que eu to fazendo aqui?”, mas o pessoal sempre cumprimentava e trocava idéia sobre a prova.

Pré – prova

Bom, no hotel mesmo, conheci o Wlad e seus amigos que foram do RJ. Eles estavam montando a bike. Aí já me deu um nó na cabeça. Montar naquele momento ou levar desmontada e montar lá na AFA. Em São Carlos, montei na hora e fiquei cansado e todo sujo de graxa. Novamente o Wlad deu a dica, monta, que é uma dor de cabeça a menos, pede um táxi e ele leva a bike junto. Refleti e realmente era a melhor opção, outros caras falaram a mesma coisa, monta que é uma dor de cabeça a menos e você ainda testa. Peguei a bike cheia de plástico bolha e fui p quarto montar, realmente, para deixar certinha gastei bem uma ½ hora e fiquei todo sujo. Hora de testar, saí do hotel (e já é uma subidinha), querendo fazer graçae andei uns 20 minutos, na hora que cheguei, dor na virilha, a não... vamos ao tandrilax e torcer p não ser nada. Fiz uns alongamentos, tomei banho, comi um macarrão que era para ser nhoque ( e atrasou uma hora), deixei todos os badulaques da prova em 2 sacolas e fui dormir. O taxi estava marcado para as 6:00 e o café as 5:20, beleza fomos p café, peguei a bike depois e o taxi já estava lá. Fomos para AFA, chegamos e ainda estava vazio, tempo para montar tudo certinho, repassar a estratégia e conversar com a galera, a dúvida era, sair clipado sem meia, colocar a sapatilha com a meia e ir para montagem ou levar sapatilha e meia e colocar lá fora da transição, isso fiquei em dúvida que foi para a natação junto comigo. Tava um frio,achei que fossemos congelar na água. Mas logo saiu o sol. Faltando uns 40 min, fui aquecer no lago, água quentinha, muito bom. Aqueci os braços e fui olhando por onde ia largar. Queria ir pelas beiradas.


A Prova

Natação


O pórtico de largada é muito estreito e eu achei que todo mundo ia ter de largar por ali, mas o pessoal foi se posicionando mais a direita e esquerda e eu acompanhei. Meu medo é entrar nesse turbilhão e não conseguir nadar direito, Mas fiquei com a turma da direita e entrei no meio do liquidificador, fui nadando tentando achar uma posição mais confortável e consegui, mas tava muito perto da beirada, do lago, mas tudo bem. Foi chegando a bóia e devo ter passado dela uns 200m p depois virar, mas consegui contornar tranqüilo e fui para o pórtico da primeira volta. Quando saí e olhei p trás, tinha muita gente ainda na água, nem olhei o tempo, mas vi que estava bem melhor que da outra vez. Fui para a segunda volta mais tranqüilo, não tinha mais o turbilhão, mas de vez em quando esbarrava em alguém, dessa vez fiz um percurso mais reto e contornei a bóia mais próximo dela, mas tinha tanta planta nesse retorno, que foi alimentação e hidratação ao mesmo tempo, fora a planta que grudou no porta chip e tive de carregá-




la comigo até o fim, só faltava pescar algum peixe com aquela planta, ia ser bonito sair da água com um peixe no tornozelo. Cheguei ao fim da natação, me sentindo bem, mas com aquela sensação estranha de quando você nada e depois sai correndo. Olhei no relógio, 35 min, putz, para mim que não tenho muita noção de nadar em águas abertas, estava bom demais. Depois de pensar muito dentro da água, resolvi que ia sair de sapatilha e clipar na área de montagem. Foi tranqüilo, como era grama, pude até correr na T1. Na hora de montar clipou fácil, mas um cara ficou na frente enrolando e não tinha como eu sair. Nisso a Susana Festner me passou, rsrsrsrs!

Ciclismo


Fui p primeira volta, logo tomei um gel, meu relógio apitava de 45 em 45 min p tomar um (estou com ojeriza de gel por enquanto, principalmente de Accel de laranja). E de uma em uma hora comia ½ barra de proteína e de vez em quando, umas pastilhas de eletrólitos, por sinal ruim demais). Primeira volta fui na empolgação e passei um monte de gente, estava me sentindo bem e rápido. O asfalto realmente era ruim e tinha hora que não dava p escapar dos buracos. Muitos pneus furados. Sorte que o meu não. Mas eu perguntava para todo mundo se queria ajuda ou se tinha câmara, etc. Como a maioria era tubular, não adiantava muito! Já na segunda volta me deu vontade de urinar, perdi a concentração, só pensava nisso, perguntei para um fiscal se poderia parar e fazer atrás de alguma árvore ou coisa parecida, o cara disse que sim. Mas esperei a volta 3 p fazer isso, parei numa das faixas que ele pintaram no chão para vácuo joguei a bike no mato e fui correndo “tirar água do joelho”. Perdi uns 7 min ou mais de tanta urina, rsrsrrsr! Juro que tentei fazer na bike, mas não consegui. Virei outra pessoa, consegui imprimir um ritmo melhor, mas tinha lugar que tinha tanto vento, que parecia que ia empurrar a gente para o mato, fora nas descidas que não dava para destruir, porque o vento segurava. Impressionante. Tinha lugar com terra seca, que parecia q era um furacão. Ah, coisa engraçada na bike, várias nuvens de insetos nos proporcionavam alimentação gratuita tabém, mas pela velocidade, nem dava p curtir muito o gosto. Quando fui p última volta já vi que tinha gente saindo p correr, que depre, acelerei o que deu, tomei um advil (lombar tava matando) e vento continuava a não querer que eu acelerasse muito, acho que o vento piorava a cada volta. Nessa última volta vi um cara urinando em cima da bike, escorria p todo lado, passei ele, vai que o vento joga em mim aquele líquido quente. Cheguei na T2 tirei o pé da sapatilha a saí correndo p minha área de meia mesmo, teve ter sido engraçado p quem estava vendo. Sentei, troquei de meia, passei um litro de protetor, coloquei mais gel (urgh), pastilha tinha sobrado uma e barrinha no bolso e saí correr. Esqueci do tandrilax, do advil e de mais pastilhas.

Corrida

Saí meio travado, as pernas estavam acostumando ainda, mas com uma pace de 5:00min/km que diminuiu até uns 4:30 durante um tempo, pensei “acho que vai assim o tempo todo”, ledo engano, fui sentindo o calor e tudo que me contaram sobre Pira, lembrei do Vagner Bessa falando da corrida ser punk. Tomei água, joguei água no corpo mesmo assim o pace foi diminuindo. Devia ter andado nos postos de hidratação, mas continuei correndo, tomando gatorade e os famigerados géis. Encontrei com Wlad na corrida, cheio de câimbras, ofereci gel a ele, mas não ia adiantar, remédio não tinha colocado nos bolsos e esqueci do comprimido ou pastilha de eletrólitos (isso talvez ajudasse). Continuei no meu ritmo. Chegando no fim da primeira volta, me passa a Susana Festner com a Ariane uns 30 seg no máximo atrás mandando ver na corrida, tentei acompanhar p ver o fim, mas não deu, o radiador já estava esquentando. Abri a segunda volta com muita “dor de lado”, comecei a pressionar a região e passei em frente à técnica Rosana Merino, que me indicou uma técnica de respiração que foi milagrosa. No retorno, tomei meu último gel, com cafeína para poder dar um sprint final, HAHAHA, aí o bicho pegou, entrei na terra e o pace só diminuía, vi uma galera andando e outros desistindo, tinha 2 caras que passei nessa estrada de terra, estavam andando, depois me passaram correndo, voltaram a andar, passei eles de novo, antes da reta final, voltaram a correr e me passaram, tranquilamente. Fiquei com raiva, devia ter dado uma caminhadinha também. Um cara me falou que faltavam só 2,5 km, ah tá, vou sprintar então, até pensei nisso, mas já estava judiado demais p tentar algo assim. Cheguei na reta de chegada e o coração disparou, fiquei arrepiado levantei os braços e gritei com força para representar a superação de se fazer um esporte assim. Fiz tanta força, ou quase nada de força que sobrava, que deu início de câimbra nas 2 pernas. Peguei camiseta, medalha e fui para gelo salvador. Não conseguia comer, o máximo foi um pedaço de melancia e o almoço parecia agradável. Água foi só para esfriar o corpo.




A sensação de terminar uma prova assim é incrível, não importa o tempo, mesmo eu inconscientemente, querendo fazer a prova abaixo de 6 horas. Ainda me falta experiência em provas, saber dosar a bike, ou não dosar, saber correr direito, alimentar direito. Minha sorte foi ter o pessoal do grupo Ironbrothers para me auxiliar, se não fosse pelo Vagner Bessa, Ulisses (que me ajudou demais na estratégia, valeu mesmo cara, pena conversarmos tão pouco), Wlad (que foi um amigo virtual que se tornou pessoal e me mostrou como proceder nessas provas longas), a todos os brothers que deram muita força no Facebook, muito legal. E tenho que agradecer à Fernanda, namorada que ficou o tempo todo lá esperando, torcendo e ao lado da ambulância com medo de que eu precisasse.

Prova dura, vento que eu nunca tinha visto, ambiente demais, saudável, estou empolgado ainda, mas acho que ano que vem eu volto. Vou economizar para isso, é claro, e para um bike fit também, a lombar vai agradecer bastante.

Como disse, a volta foi a 5ª modalidade, desmontei a bike sem dó, que entrou direitinho no carro! Voltei p hotel, tomei banho e só consegui comer lá pelas 5 horas da tarde. Agora as pernas estão em frangalhos e o ombro direito latejando. Semana de recuperação e próximo desafio, Brotas.

Resumindo, foi bom demais, tenho muito a aprender ainda, sofri, mas como disse antes, saí com o corpo destruído fisicamente só que mais forte mentalmente.