quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Outro Significado de Vencer / Pirassununga 2012


Esses dias em um devaneio que postei no facebook, questionei como “vencer” no esporte pode ter outros significados. Eu, que venho desde a infância, praticando esportes mais objetivos, onde se você faz mais pontos, vence, ainda me sinto meio deslocado e despreparado para tratar de um assunto tão complexo. Mas vivencio isso em minha cabeça nas provas do esporte que, agora, aos 34 anos (com cara de 25 e corpo de 67), resolvi praticar. Mas deixando de lado essa parte filosófica, vou fazer um race report sobre Pirassununga 2012, o X Terra Long Distance.

Como de costume, fomos eu e minha fiel escudeira Fernanda para Pira na sexta ainda. Como não tinha vaga em Pira, ficamos em Leme. Hotelzinho mais ou menos, mas com uma pizzaria muito boa na frente. Leme é uma cidade agradável. Fomos correr na sexta no parque, mas estava fechado, mesmo assim, corremos 30 minutos só para soltar os cambitos. Claro que me perdia toda hora, mas me achava também!

No sábado, tomamos café, demos uma enrolada e fomos na AFA pegar o kit. Quase comprei um pneu, uma vez que tinha comprado 1 (achando que vinham 2) e minha bike estava com pneu bom atrás e ruim na frente. Mas.... muito caro! Espero mais um pouco! Havia combinado com o Wlad de encontrarmos para almoçar e fazermos uma visita ao abrigo da cidade de Pirassununga (uma ideia do Wlad que foi aceita por vários amigos do grupo Ironbrothers: fazer uma doação a uma instituição da cidade em que faríamos a prova, deu muito certo, foram arrecadados mais de mil reais além de roupas. PARABÉNS WLAD E AMIGOS QUE AJUDARAM) . Claro que me perdi e demorei um pouquinho para achar o restaurante, mas consegui chegar lá. Que encontro mais legal. Estava o Wlad, o Fábio Russomano, o Dalton Cabral e sua esposa Karina, depois ainda chegou o Ulisses e sua namorada Erika. Papo muito bom. Eu que sou um iniciante e não conhecia ninguém, já comecei com os feras. A chuva começou ali e não parou mais até o fim da prova. Papo muito bom, ideias fantásticas e depois fomos ao abrigo onde chegou o Fernando Quirino e sua esposa Karolyne. Conversamos um pouco com as crianças e com as pessoas que tomam conta da instituição e vimos o tanto que ainda temos de evoluir como sociedade. O Estado precisa chegar até essas crianças adolescentes, o terceiro setor não está dando conta! Mas isso fica para outro momento. A iniciativa foi sensacional.

Como disse choveu a noite inteira. Levantei bem cedo, coloquei a bike no carro e fomos para Pira. Quando fui montar a bike, esqueci o canudinho que prolonga o aerodrink, que beleza. Mas vai assim mesmo. Chuvinha fina, mesmo assim posicionei a bike na transição com as sapatilhas já clipadas e com elástico para ficarem na posição. Ia fazer descalço e correr descalço também, já havia decidido. O tênis deixei preparado dentro de um saco plástico.
 


Fomos para natação, já havia notado a dificuldade de tirar a speedsuit na minha cidade, mas achei que era por eu mesmo fechar o zíper e prender em algo que não via lá! A Fernanda fechou para mim e fiz o teste de abrir e fechar umas 5 x, 2 deram certo, isso ficou na minha cabeça, mas fazer o que, tomara que o sexto teste (já na prova) de certo também. Na largada o Célio queria que todo mundo saísse debaixo do pórtico, impossível, mais de 600 pessoas, não ia dar certo. Me posicionei mais a direita e larguei, na muvuca mesmo, fiquei mais do lado direito e fui sem forçar muito, nadei um pouco mais, mas fiquei mais livre. Na primeira volta, saí bem da água, não lembro o tempo, algum lazarento apertou meu relógio e ele foi para o alarme, hehehe. Segunda volta mais tranquila, as vezes forçava, as vezes focava mais na técnica. Saí da água oficialmente com 33:26 min, mais de 3 min mais rápido que ano passado, apesar da Fernanda me falar que tinha saído com 31 (estava mais orgulhoso, RS). Mas não fiz tanta força e quase caí para sair da água, ou seja pode ser um 32 alto. 


Saí da água e primeira coisa que fui fazer foi tentar tirar a speedsuit, não saia, tirei óculos e touca e fiquei ao lado da bike tentando tirar a roupa, com o resultado da bike somado ao da T1, acredito que tenha demorado uns 8 minutos ou mais até conseguir. Quase fui pedalar de speedsuit. Mas finalmente consegui, o pessoal que tava ali perto até riu e falou “ufa, até que enfim”.

Saí com a bike e fui montar, deu certo o pé direito, o esquerdo deu uma falha, raspou a sapatilha no chão, mas consegui sair rápido e depois a calcei certinho. Melhorei nisso.


A estratégia de alimentação estava muito bem montada pelo Rodrigo Tosta, fui seguindo a risca. O que eu não espera era o pedal fluir tão bem, mesmo com chuva, sem óculos, tava com média sempre acima de 35 - 38 km/h e passando muita gente (o que ano passado era o contrário, muita gente me passando). Fui tentando fazer um pedal progressivo, a cada volta dava split no cateye e a média realmente estava melhor. Um local me chamou a atenção, o Ulisses falou sobre ele, ano passado, pegava velocidade absurda, dessa vez tinha que pedalar para manter 33-35, não sei o local exato. Mas faltando uns 10 km, tinha uma moto ao meu lado e um monte de gente na frente o que estava me impedindo de ultrapassar, freei um pouco, peguei um buraco e perdi as ferramentas, vieram me avisar, mas falei que se furasse ali, ia na roda o resto do caminho. Nesse meio tempo o Wlad me alcançou, como já estava muito perto, esse bolo chegou na transição junto, deu até fila, RS! Olhei meu cateye e tinha dado 2:33h, quase 30 min mais rápido que ano passado. Oficialmente foi 2:42h, ou seja, as transições me deram um bom tempo a mais. Tentei fazer a T2 rápida, mas esqueci a garrafinha de gel e umas cápsulas de sal, voltei, peguei e saí para correr.



Aqui começa o martírio. Até o km 8 mais ou menos, estava conseguindo segurar cerca de 5 min/km de pace, o que para mim é muito bom e estava pensando em fazer uma segunda volta mais forte. Mas descobri que não era... comecei a me sentir pesado, alimentava, tomava a pastilha e ainda assim estava mal. Pernas pesadas, mãos dormentes, dor de cabeça... comecei a aliviar e muita gente me passou. Quando cheguei com a bike e vi meu tempo, vislumbrei a possibilidade de fazer um tempo bem próximo de 5 horas, se corresse tudo maravilhosamente bem, quem sabe, sub 5 (ok não era o momento de pensar nisso, não para mim). Mas a segunda volta foi triste, o psicológico começou a bater feio também além do físico. Como é interessante, quando me distraía, corria bem, quando estava sozinho, começava o sofrimento. Mas fui assim até o final. A lama do canavial me fez escorregar umas 10 x e fazia doer a coluna, RS! Mais essa para aguentar. O fato é que apesar de ter pulado de 96 kg para 86, ainda estou pesado e com musculatura fraca. Estava com incômodo na sola do pé esquerdo e na panturrilha direita (a qual foi com o salompas até o fim, eta coisinha boa, mas cara), mas nem pensava nisso,  a quebra foi feia, achei em um momento psicológico ruim, que fosse ter um AVC no máximo ou uma síncope, no mínimo, só estava pensando em coisa boa, RSRS. No fim, oficialmente fechei em 2:07:10 h, totalizando 5:22:48 h, 15 minutos mais rápido que meu tempo ano passado.


Fiquei triste da corrida não ter encaixado (disseram 1 km a mais que ano passado), se eu repito meus piores tempos em meias maratonas e mesmo o de Pira ano passado, teria sido muito bom. Mas no fim, estou feliz de ter feito uma natação não muito forte para 33 e um pedal que não sabia que tinha capacidade. Se eu apertei muito no pedal e faltou para a corrida? Pode ser, mas fui na percepção do que estava sentindo e como me sentia bem, fiz o pedal até um pouco com menos força do que poderia. Faltou a corrida, sei que ainda estou pesado, mas isso é comigo e meu esforço e não serve como desculpa. Resumindo: fiquei feliz, feliz de encontrar pessoas tão legais, de receber mensagens tão legais, de poder competir em uma prova tão disputada e boa, mesmo naquelas condições. Se meu conceito de vencer continua o mesmo? Não, vencer para mim passa a ter outro significado, ou outros, cada dia descubro um novo e essa prova me ensinou vários.
Gostaria de agradecer também, porque me considero um vencedor. Agradeço a todos que me aguentam no período de treinos, aos amigos que acabo nem encontrando mais (peço até desculpas), agradeço aos novos amigos, em especial ao Wlad que encabeçou uma atitude de auxílio ao próximo em um mundo cheio de egos inflados. Isso faz a diferença. Agradeço ao Coach Rodrigo Tosta que fez um excelente trabalho, me mostrando como treinar, como alimentar direito, entre outras dicas, tenho certeza que vou evoluir sempre. Está dando certo. Agradeço a minha família que ainda não está adaptada ao mundo do triathlon, mas tenho certeza que quando virem irão adorar. E meu agradecimento especial a minha companheira, namorada, fiel escudeira, diretora técnica da assessoria, entre outros cargos, Fernanda, por sua paciência, seu apoio e serenidade.

Para mim foi muito importante encontrar e conversar com o pessoal, por que aí sim você consegue ver como a galera se dedica e segue alimentação correta, treinos corretos, recuperação correta. Falta isso ainda para mim.... mas para um cara que 2 anos atrás utilizava a corrida apenas para aquecer para jogar outra coisa e ainda não gostava, acho que estou evoluindo.



Abraços e até a próxima, e que seja logo.


Guto

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ELEIÇÕES 2012 - FINALMENTE ACABARAM


Para finalizar e encerrar o assunto "política", ou melhor, eleições 2012 em minha vida, escrevo aqui. Como sabem obtive 214 votos não sendo eleito, mas fazendo um papel que muitos consideram bonito, uma vez que fiquei em 19 lugar entre 105 candidatos. 

Para não me perder, vou começar escrevendo quando fui convidado.
Bom, após perder a comissão do PV aqui na cidade (após um pagamento de mais de R$ 1.400,00, que fiz sem poder, mas que não adiantou nada), em uma manobra desonesta, mas que faz parte da vida política de nosso país, me filiei a outro partido, a um que tivesse pessoas boas, que gostariam do melhor para a cidade e não para si. Foi no limite. Nunca tive vontade de me candidatar, mas sentia que se chamado fosse, poderia ajudar, não fugiria da responsabilidade. Uma vez que reclamo tanto e vejo soluções simples que poderiam ser utilizadas, acho que seria um desperdício e covardia não aceitar tal desafio. Sou um técnico do serviço público, apesar de ser cirurgião dentista, me dediquei à gestão da saúde e acredito que conheço muito bem o setor. Mas fui convidado por pessoas do partido, que possuem uma influência grande na cidade e são pessoas de caráter acima da média. Refutei até o último dia e fui com uma carta de desistência pronta, mas com os documentos necessários também. Me falaram "que nós deveríamos ser a mudança que queríamos ver no mundo", fui conveNcido. Mas já avisara que não tinha o perfil do candidato tradicional de ir de casa em casa pedindo voto, de prometer coisas absurdas, de jogar o "jogo político tradicional". Me disseram qe não era problema e que todos sabiam disso.

Como sou funcionário público de carreira, tive de me afastar (o que acho uma besteira, já que não trabalho diretamente com público e nunca usaria a máquina para bem próprio). Juntando essa minha falta de perfil com o afastamento, surgiram boatos de que me candidatei apenas para aproveitar o tempo livre. Livre nada, já que resolvi muitos problemas nesse tempo, mas como continuei com meus treinos, ficou essa impressão. Minha candidatura se baseava em propostas sólidas e na intenção que o boca a boca fosse a principal ferramenta para angariar votos. Mas com o boato, me senti extremamente ofendido (sei que tem gente que faz isso e repudio com todas as minhas forças). Assim, comecei a fazer uma campanha mais parecida com a dos outros. Fui em comércios, comecei a ser mais agressivo em meus comentários no Facebook, fiz um material caseiro (uma vez que só tinha os santinhos distribuídos pela coligação e uma carta de recomendação de um deputado que me foram doados, não queria gastar dinheiro). Para não falar que não gastei, foram R$78,00 em envelopes e cópias, o cartucho de impressão e um adesivo que meu pai me deu. Fora algumas cópias que outras pessoas fizeram. Distribuí e como tenho esse impedimento moral de ir na casa dos outros para pedir voto (não gosto de fazer com os outros o que não gosto que façam comigo), pedi a algumas pessoas que multiplicassem aquela idéia. Nos últimos 2 dias, trabalhei mais intensamente e com uma cara de pau que não era característica minha.

Enquanto teve candidato fazendo campanha de deputado, dando dinheiro, material de construção, etc. Fiquei na minha campanha humilde mas sabendo de tudo isso, sem poder provar. Até mesmo na eleição, boca de urna muito forte...ah, tive de gastar com 2 fiscais também.

O dia chegou, fui passando de seção em seção e o que vi me entristeceu muito. Boca de urna forte, cidade emporcalhada com santinhos, brigas, cartas tentando desqualificar alguns candidatos, enfim, uma coisa impressionante que mexe com o pior lado do ser humano. Gente nos cantos da cidade, dando dinheiro para eleitores e anotando o nome (acho que é para dar o restante se ganhasse). Bom, falo como especulação que me contaram, não vi isso, só vi boca de urna e  as cartas difamatórias.

Tive uma felicidade muito grande levando meu avô de 91 anos para votar (fez questão), uma fez que foi meu maior cabo eleitoral. Outra com alguns amigos trabalhando intensamente em meu nome. Não tenho nem como agradecer.

Para não alongar muito, digo que perder nunca é bom. Mas minha vida continua, tenho emprego, profissão e hoje tenho a experiência de ter passado por esse processo que muito me ensinou. O salário absurdo que foi votado para o próximo ciclo era uma de minhas prioridades, não aceitaria aquele valor, doaria grande parte, ou seja, não teria esse ganho financeiro. Outra  prioridade era acabar com o assistencialismo exacerbado que rege a política aqui, continuarei lutando com o que tenho, não faço mais favores para vereadores, não admito mais que tomem para si obras em que eu consegui executar (o prefeito sim, uma vez que ele que autoriza tudo). Se for incomodar muito, não tem problema, posso ser remanejado.

Minha tristeza maior é com os eleitores que confiaram em mim, confiaram nas propostas, na pessoa e isso não conseguirei devolver. Para eles e todos que trabalharam a meu favor, MEU MUITO OBRIGADO!

Prezo muito a liberdade de expressão, por isso sempre vou comentar sobre política e qualquer outro assunto nas redes sociais e aceitarei críticas bem formuladas e com respeito. Quero o melhor para nossa cidade, mas enquanto permanecer esse processo político viciado, onde o poder econômico fala mais alto, a gente vai ter alguns vereadores que terão que ressarcir seus cofres. De qualquer forma, torço por eles, para que possam buscar sempre o melhor para o município.

Gostei de alguns que entraram e não gostei de outros, opinião minha. Mas no processo democrático, os escolhidos estão aí e a partir de 1 de janeiro, nos representarão na câmara. Que obtenham sucesso, o sucesso deles reflete em nós, cidadãos, servidores e todos que habitam e frequentam aqui.

Estou feliz, ainda bem que acabou. Minhas forças voltam para meu trabalho que está atrasadíssimo, meus treinos de triathlon, minha pós graduação, minha família e namorada!
Que Deus abençoe a todos!
OBRIGADO
GUTO

terça-feira, 3 de abril de 2012

Otimismo exacerbado + falta de preparo físico e principalmente mental = frustração e decepção! GP Damha Triathlon e GP Extreme Triathlon, São Carlos


Bom, o que era para ser um Race Report empolgante e de superação vai ser um desabafo de quem errou em um monte de coisa e acabou pagando um preço que não estava esperando.

Acho que devo começar dizendo que o short em São Carlos, ano passado, foi meu primeiro triathlon, vi o extreme e me empolguei, quando abriram as inscrições, fiz rapidinho e como fui o primeiro ou um dos, ganhei a inscrição do short. Putz, para quem nunca tem prova perto para participar e já ia p São Carlos, claro que aceitei. Até tirei férias no mês da prova para me preparar melhor e dar uma desencanada do serviço que tem me estressado bastante (o que não ocorreu, fui chamado mais de 5 x ao trabalho e atendi vários telefonemas). Mas deu para aumentar o volume e fazer uns treinos mais ritmados também. Seguindo a mesma planilha da ironguides para meio iron, mas sem ser rigoroso com a periodização, uma vez que não ia dar tempo de fazê-la por completo (nessas horas realmente falta um técnico ou mais conhecimento). Ok, estava inscrito nas 2 provas, fiquei tranquilo, ia pegar leve no short e fazia força (para terminar vivo, não para ganhar) no extreme.

Nas minhas férias, como falei anteriormente o objetivo era perder um pouco de peso e treinar mais, mas sou muito ansioso e algumas coisas que tinham prazo e ninguém queria fazer, acabei por reassumir a responsabilidade. Nisso, alimentação e alguns finais de semana foram para o brejo. Não foi como eu queria, mas também não foi tão ruim, só a lombar que estava dolorida (to achando que tem algum problema).




A prova – GP Damha (short):

Cheguei a São Carlos na sexta com minha fiel escudeira, minha namorada Fernanda, que está começando a ficar craque nas regras do tri, qualquer dia, vira árbitra!


Fomos para o íbis, que é longe para dédeu e depois fui para o Damha, me perdi, quase fui parar em Descalvado! Tudo isso por que tinha que deixar uma encomenda com um amigo que mora em São Carlos, a cidade é muito grande e difícil de andar (no começo). No Damha a primeira impressão, como ano passado foi excelente, como mudaram o local da expo, estava bem mais perto da portaria (acho que foi por isso que alteraram a T2 do extreme, o acesso ali era bem mais fácil e o pessoal saía e voltava a hora que quisesse, gerou descontentamento por parte de muita gente, mas eu achei interessante no fim das contas, mas mais para a frente eu falo mais sobre isso).

De posse dos kits (com camiseta, gel, caramanhola, barra de cereal, etc) voltei p hotel, montei a bike e fomos dormir! Estava ansioso... sempre fico assim, mas tava mais pilhado que nas outras provas, mesmo no long de Pirassununga (primeira prova longa).

Sábado, acardamos tomamos um café reforçado e fomos para o Damha com tudo já pronto para a prova. O congresso era às 11 e a prova às 14:00h. Participamos do congresso, encontrei com um amigo de Barretos, o Sérgio que é fera na categoria 45-49 e com o Roberto Carlos, paratriatleta que é de um nível impressionante! Almocei um lanche do subway e ficamos esperando. No short a largada foi ali mesmo, num lago pequeno


, seriam 2 voltas e “meia” e depois subir um “morrinho” para chegar na T1, no short os amadores largaram antes da elite. Roupa de borracha liberada, tava um calor absurdo, mas como nunca usei em prova queria testar. Posicionamos para a largada, nessa hora já percebi a pancadaria que seria, muita gente para pouco espaço, mas os tris são assim e é bom para acostumar. Largamos e realmente, pancadaria comendo solta, tentei nadar forte, na primeira bóia muvuca, na segunda já melhorou. Fiz as 2 voltas e meia e saí com uns 14 min da água, levando em conta a muvuca, considerei um tempo razoável e outra, demorei para tirar a roupa de borracha (acho que o tempo da T1 está junto), mas saí da T1 com a sapatilha clipada e foi certinho, subi na bike coloquei as sapatilhas e já na primeira curva para pegar o circuito tava com as mesmas fechadas, saí para morrer (quem falou que consegui ir na calma), primeira volta passei um monte de gente aí na subida lembrei do dia seguinte, tentei ir mais calmo, segunda volta mesma coisa, terminei com 41 min, T2 deu certinho também, tirei o pé da sapatilha e já entrei rapidinho, coloquei o tênis e o boné e borá correr, saí forte e passei uma galera também, mas depois fui pensando que tava cansando o que não era bom, aí um monte de gente me passou na volta, RS, mas ok, fechei com 26min, totalizando 1:22:15h, ano passado tinha feito em 1:14h, mas era menor o percurso, acho. Não é um tempo extraordinário, mas para mim foi bom. Estou me sentindo mais forte para fazer as provas. Aqui começa o problema do fim de semana.



Pós prova:

Teríamos de esperar o fim da prova para abrir a transição, nesse meio tempo, comi, tomei uma coca, tiramos fotos, conversei com a Ana Oliva e com o Richard (da FPTRI), vi a elite fazer a prova, só não descansei, nem tomei nada para recuperar. Quando sentei, comecei a me sentir mal, o estômago estava ruim, acho que por ter engolido muita água na natação. Abriu a transição, peguei as coisas e fomos para o hotel, não fiquei para o congresso, precisava descansar e já sabia o trajeto do outro dia. Realmente não estava com o estômago bom, consegui comer um macarrão no shopping, comprei umas águas para congelar nas caramanholas (depois que vi que eram com gás). Nessa hora no hotel me arrependi de ter feito a prova e o mental começava a ir para o saco!

A outra prova (GP Extreme):

Conseguir dormir quase 2 da manhã e acordei as 5:15h, tomei café, fui 2 x ao banheiro (RS) e fomos para o parque. Como não congelei a água, passei em uma conveniência e comprei 1 litro de água sem gás para colocar no aerodrink e na caramanhola (pensava que iria substituindo pelas outras caramanholas durantea prova, como faltei ao congresso, não podia ter certeza da informação, erro meu). Chegando no Damha, deixávamos as coisas na T2 primeiro que era em local diferente da T1 (uns 6 km de distância). Deixei as coisas lá (tênis e minha meia, o raiva, a meia era para ficar junto com a sapatilha). Cabe uma observação: perdi a unha do dedão a uns 6 dias, ta bom já, mas como molhou usei sapatilha (que tinha uma pedrinha que não consegui tirar) e tênis, meu dedão não tava muito legal, por isso tinha que usar meia, 100 km de bike sem meia, hummmm.... só tinha uma meia de compressão na minha sacola e eu demoro pacas para colocar.

Depois de deixar as coisas na T2, desci com a Fernanda p T1, isso que ia fechar a transição e fomos a pé, eu carregando a bike e ela me ajudando com as sacolas. Em frente ao golfe clube vinham 2 caras conversando na bike, de repente a roupa de borracha de um deles prende no pneu da frente e ele toma um capote monstro, bateu a cabeça e ficou desacordado um tempo, cortou a cabeça e machucou os tornozelos. Pessoal chamou o SAMU e a organização e ficamos esperando, como a transição ia fechar uma outra galera ficou com ele que já estava lúcido e eu tive de descer na bike. Coloquei tudo que podia na sacola e fui... deu uns 3 min, minha sacola arrebenta e quase me manda para o chão. Pqp, tempo curto, como ia levar as tralhas??? Consegui colocar tudo na sacola de novo, coloquei sobre o quadro e segurava com uma mão quando tinha q pedalar e com os joelhos quando era descida (mais arriscado impossível, ainda mais depois do tombo do cara). Cheguei na T1 faltando 3 min para fechar, aí fiquei doido, não achei a meia na sacola e a água já estava quente (erro meu), coloquei todos os géis, barrinhas e bananinhas na bolsinha do quadro que ficou lotada, até torta. Mas fiz o que podia coloquei tudo lá, fui ao banheiro (de novo) e fiquei esperando a elite largar, dessa vez era antes da gente, guardei um gel para tomar uns 15 min antes da largada. A Fernanda chegou e me emprestou a meia, fui colocar na transição e levei maior pito do árbitro (erro meu). Como ela tinha água, antes da largada tomei o gel, coloquei a roupa de borracha e fiquei cozinhando lá.


Galera aglomerou na largada, que era em um ponto e a boia era bem à esquerda, sugeriram de largar da água mas não houve acordo. Tocou a buzina e lá vamos nós de novo. Para não pegar muito “trânsito” resolvi largar em “L” fui para frente e depois virei para esquerda, só que nisso fiquei do lado da curva na bóia, ou seja no retorno, entrei debaixo da boia e só ouvia a galera falando p “não bater pé”, “vamos devagar”, muvuca total, depois disso fluiu mais tranquilo, mas eu sempre nadei pela beirada. Na saída algumas pedras, entrei na T1 com uns 16 ou 15 min, acrescente aí mais 1 minuto e tanto para tirar a roupa colocar meia e sapatilha e sair quicando de sapatilha na T1, como fui um dos últimos a chegar para deixar a bike, minha bike ficou muito longe, então fui no “poc-poc” até na saída, onde subi na bike clipei rapidinho e fui embora. Primeira volta , já na subida uma galera me passa, mas tudo bem, eram 5 voltas e meia.

Impressionava-me os caras mais fortes de pedal na subida, vixi, uns subiam girando muito e muito rápido. Meu GPS não mudou de esporte, mas estava cronometrando, mas eu não conseguia ver a quilometragem, sem problemas, ia contando as x que fazia o retorno. Já na primeira volta fui beber minha água e estava horrível, mas descia, depois de 50 minutos que fui tomar um gel (não tinha traçado uma estratégia de alimentação certinha, ia tentar fazer de 45-50 minutos). Na subida da primeira volta percebi um barulho estranho, procurei onde era e minha bomba estava pegando na coroa, arrumei e continuei. Na descidona a bike tremia muito, tinha muito vento em alguns locais. Fiz o retorno e abri a volta 2, quando chegou perto da maior subida percebi o pneu traseiro furado, como estava dando para rodar, ao invés de trocar achei melhor ir até a barraquinha da shimano p ver se me auxiliavam, ou seja, subi o morrão, fiz uma descida depois mais um morro, tudo com o pneu vazio. Tava cansado mentalmente já, sentindo que o corpo tava quebrando e a cabeça tava me sabotando, ao invés de pensar no que estava fazendo, pensava na corrida, pensava em outros trechos da prova, etc. Cheguei na barraca e o cara me emprestou uma roda. Perfeito, saí e rodava muito mais fácil a bike e sem tanta força. Fiz a volta inteira e cheguei ao mesmo ponto antes da subida (agora volta 3) onde tinha furado o pneu traseiro, percebi que não estava rendendo direito e vi que o pneu da frente estava meio murcho, parei, conferia e vi que não tinha esvaziado totalmente, enchi e continuei, minhas águas já tinham acabado, peguei logo 2 copos no ponto ali perto, achei que iam me dar garrafinha e já tava jogando fora minha caramanhola, como estava devagar o menino do posto perguntou se queria que ele enchesse minha garrafinha que ele poderia fazer isso, achei muito legal! Mas não cedi, achei q dava p chegar até no isotônico. Passei peguei isotônico e continuei (vacilo, já sabia que o pneu estava murchando, do lado do isotônico era barraca shimano), mas fui embora, aí o pneu esvaziou de verdade, parei mais umas 3 x para encher, na volta parei na barraca shimano e falei para o cara do pneu da frente, ele já foi pegar outra roda e eu tive um início de câimbra na perna direita. Como a cabeça já não estava legal, pensando em parar várias vezes, um calor absurdo que não era aliviado nem com a água, falei para o cara que não precisava, devolvi a roda traseira agradeci e fui embora. Deu aproximadamente 3:14h de prova, ou seja quase 3 hs de bike, conferindo no GPS depois, tinha rodado 70 km de bike, ou seja, se tivesse visto isso antes, talvez me animasse, mas a cabeça estava tão ruim no momento, que não pensei nisso, nem no ânimo que a galera shimano tentou me passar.

Foi muito frustrante, vi a galera chegando e saindo para correr e doeu, doeu muito! Está doendo ainda, tanto que senti necessidade de escrever aqui! Não quero me cobrar tanto, mas era uma prova que esperei tanto tempo e deixei escapar por erros que um planejamento simples poderia ter evitado! Como estava muito cansado já tinha resolvido ir embora na segunda, esperei liberar as bikes vi o pessoal da elite chegar, depois os Campeões amadores, Marcos Faria e Ana Oliva e fui embora! Fui dormir umas 10 da noite, acordei as 3:40 e não dormi mais pensando nisso. E continuo ainda, foi frustrante, talvez tenha faltado um pouco de experiência, mas o fato é que não quero mais passar por isso. Foi uma porrada. Quando você quebra, seu corpo não aguenta mais, ou sua bike não anda mais é uma coisa, agora no meu caso, deixei uns empecilhos destruírem meu arranjo psicológico refletindo no meu corpo.

Quanto às reclamações do pessoal, o que me incomodou foi o lance da água, para mim não faltou, mas estava quente, mas acho que EU poderia estar mais preparado. Vou comprar aquele porta caramanhola para colocar atrás do selim, andar só com gel e água quente para mim não funciona!

T1 distante: realmente para o pessoal que foi junto, judiou, galera queria ver e teve que andar uns 12 km entre ida e volta! Mas acho que foi por conta do ano passado o circuito ter de ficar fechado um bom tempo não permitindo passagem de veículos.

A largada realmente foi estranha, mas como eu não busco posições lá na frente, pude fazer um trajeto mais calmo! Os staffs foram extremamente gentis comigo, só o arbitro que me xingou, mas eu estava errado!

É uma prova muito longa que mistura profissionais com um formato diferente e amadores no formato tradicional. O parque é muito grande e a logística pode ter sido comprometida em alguns aspectos, para organização e atletas, até mesmo o pessoal acompanhante pode ter contribuído para falta de água.

Em resumo: gostei do desafio e considero que tenha sido cumprido em uns 80%, mas esses 20 restantes serão um divisor para mim!

Quero que a prova continue e eu vou continuar indo, o formato é interessante e muito desafiador, vale a pena. Acho que agora, sem fazer o short no dia anterior.... ou fazendo também! Vai que eu animo.... rsrsrsrs.

Abs

Guto