Para finalizar e encerrar o assunto
"política", ou melhor, eleições 2012 em minha vida, escrevo aqui.
Como sabem obtive 214 votos não sendo eleito, mas fazendo um papel que muitos
consideram bonito, uma vez que fiquei em 19ᵒ lugar entre 105 candidatos.
Para não me perder, vou
começar escrevendo quando fui convidado.
Bom, após perder a comissão do PV aqui na cidade (após
um pagamento de mais de R$ 1.400,00, que fiz sem poder, mas que não adiantou
nada), em uma manobra desonesta, mas que faz parte da vida política de nosso
país, me filiei a outro partido, a um que tivesse pessoas boas, que gostariam
do melhor para a cidade e não para si. Foi no limite. Nunca tive vontade de me
candidatar, mas sentia que se chamado fosse, poderia ajudar, não fugiria da
responsabilidade. Uma vez que reclamo tanto e vejo soluções simples que
poderiam ser utilizadas, acho que seria um desperdício e covardia não aceitar tal
desafio. Sou um técnico do serviço público, apesar de ser cirurgião dentista,
me dediquei à gestão da saúde e acredito que conheço muito bem o setor. Mas fui
convidado por pessoas do partido, que possuem uma influência grande na cidade e
são pessoas de caráter acima da média. Refutei até o último dia e fui com uma
carta de desistência pronta, mas com os documentos necessários também. Me falaram
"que nós deveríamos ser a mudança que queríamos ver no mundo", fui
conveNcido. Mas já avisara que não tinha o perfil do candidato tradicional de ir
de casa em casa pedindo voto, de prometer coisas absurdas, de jogar o
"jogo político tradicional". Me disseram qe não era problema e que
todos sabiam disso.
Como sou funcionário público de carreira, tive de me
afastar (o que acho uma besteira, já que não trabalho diretamente com público e
nunca usaria a máquina para bem próprio). Juntando essa minha falta de perfil
com o afastamento, surgiram boatos de que me candidatei apenas para aproveitar
o tempo livre. Livre nada, já que resolvi muitos problemas nesse tempo, mas
como continuei com meus treinos, ficou essa impressão. Minha candidatura se
baseava em propostas sólidas e na intenção que o boca a boca fosse a principal
ferramenta para angariar votos. Mas com o boato, me senti extremamente ofendido
(sei que tem gente que faz isso e repudio com todas as minhas forças). Assim,
comecei a fazer uma campanha mais parecida com a dos outros. Fui em comércios,
comecei a ser mais agressivo em meus comentários no Facebook, fiz um material
caseiro (uma vez que só tinha os santinhos distribuídos pela coligação e uma
carta de recomendação de um deputado que me foram doados, não queria gastar
dinheiro). Para não falar que não gastei, foram R$78,00 em envelopes e cópias,
o cartucho de impressão e um adesivo que meu pai me deu. Fora algumas cópias
que outras pessoas fizeram. Distribuí e como tenho esse impedimento moral de ir
na casa dos outros para pedir voto (não gosto de fazer com os outros o que não
gosto que façam comigo), pedi a algumas pessoas que multiplicassem aquela
idéia. Nos últimos 2 dias, trabalhei mais intensamente e com uma cara de pau
que não era característica minha.
Enquanto teve candidato fazendo campanha de deputado,
dando dinheiro, material de construção, etc. Fiquei na minha campanha humilde
mas sabendo de tudo isso, sem poder provar. Até mesmo na eleição, boca de urna
muito forte...ah, tive de gastar com 2 fiscais também.
O dia chegou, fui passando de seção em seção e o que
vi me entristeceu muito. Boca de urna forte, cidade emporcalhada com santinhos,
brigas, cartas tentando desqualificar alguns candidatos, enfim, uma coisa
impressionante que mexe com o pior lado do ser humano. Gente nos cantos da
cidade, dando dinheiro para eleitores e anotando o nome (acho que é para dar o
restante se ganhasse). Bom, falo como especulação que me contaram, não vi isso,
só vi boca de urna e as cartas
difamatórias.
Tive uma felicidade muito grande levando meu avô de 91
anos para votar (fez questão), uma fez que foi meu maior cabo eleitoral. Outra
com alguns amigos trabalhando intensamente em meu nome. Não tenho nem como
agradecer.
Para não alongar muito, digo que perder nunca é bom.
Mas minha vida continua, tenho emprego, profissão e hoje tenho a experiência de
ter passado por esse processo que muito me ensinou. O salário absurdo que foi
votado para o próximo ciclo era uma de minhas prioridades, não aceitaria aquele
valor, doaria grande parte, ou seja, não teria esse ganho financeiro.
Outra prioridade era acabar com o assistencialismo
exacerbado que rege a política aqui, continuarei lutando com o que tenho, não
faço mais favores para vereadores, não admito mais que tomem para si obras em
que eu consegui executar (o prefeito sim, uma vez que ele que autoriza tudo).
Se for incomodar muito, não tem problema, posso ser remanejado.
Minha tristeza maior é com os eleitores que confiaram
em mim, confiaram nas propostas, na pessoa e isso não conseguirei devolver.
Para eles e todos que trabalharam a meu favor, MEU MUITO OBRIGADO!
Prezo muito a liberdade de expressão, por isso sempre
vou comentar sobre política e qualquer outro assunto nas redes sociais e
aceitarei críticas bem formuladas e com respeito. Quero o melhor para nossa
cidade, mas enquanto permanecer esse processo político viciado, onde o poder
econômico fala mais alto, a gente vai ter alguns vereadores que terão que
ressarcir seus cofres. De qualquer forma, torço por eles, para que possam buscar
sempre o melhor para o município.
Gostei de alguns que entraram e não gostei de outros,
opinião minha. Mas no processo democrático, os escolhidos estão aí e a partir
de 1 de janeiro, nos representarão na câmara. Que obtenham sucesso, o sucesso
deles reflete em nós, cidadãos, servidores e todos que habitam e frequentam
aqui.
Estou feliz, ainda bem que acabou. Minhas forças
voltam para meu trabalho que está atrasadíssimo, meus treinos de triathlon,
minha pós graduação, minha família e namorada!
Que Deus abençoe a todos!
OBRIGADO
GUTO
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