Impressões sobre 2012
Interessante, todo final de ano
dá vontade de falar e/ou escrever sobre o ano que passou. Agora não é
diferente, quer dizer, talvez seja, uma vez que já estou no dia 15 de janeiro
de 2013 (protelei como sempre e o tempo passou muito rápido). Vamos aos
acontecimentos que acho relevantes e mereçam uma atenção maior, me serve até
mesmo para refletir e tentar corrigir o que não deu certo ou que não tenha sido
realizado a contento.
Tenho um problema com datas,
talvez não saia em uma sequência cronológica exata, mas vou tentar.
Como todo ano a gente faz
promessas, traça metas e espera que o ano seja melhor que o anterior. Comigo
não é diferente. Esperava muito de 2012, sempre coloco que no próximo ano vou
realizar tudo que deixei de fazer e gostaria de ter feito.
Trabalho:
Acredito que 2012 tenha sido a
consolidação de vários projetos que estava ansioso por ver prontos. O Centro
Odontológico ficou maravilhoso, claro que não poderia de citar a Engenheira
Úrsula e o Arquiteto Bruno os quais me aguentaram todo tempo, o ex Prefeito Dr.
Akira que vislumbrou a possibilidade e o atual Prefeito Dito Cunha que abraçou
o projeto e ainda permitiu a compra de tudo novo, ou seja, ficou de primeira
categoria, melhor que muita clínica particular.
Participamos de todos os editais
que consegui achar e fomos contemplados com a maioria deles. Se fizermos uma
série histórica de alguns anos atrás, fica visível o crescimento no número de
convênios com Estado e União que o município fez. As parcerias no setor da saúde
são essenciais, principalmente por que o município aplica muito acima do que a
EC 29 determina e os outros entes não. Apesar dos processos serem muito
burocráticos e demorarem, é muito bom ver um projeto tomar forma.
Apesar de tudo isso, foi um ano
cansativo também, principalmente no que tange ao aspecto mental. A maioria dos
profissionais de nível superior que trabalham na saúde pública tem como segundo
emprego esse serviço, em resumo, é apenas um complemento de renda, uma forma de
se ter uma renda formal. No meu caso é diferente, eu abracei a saúde pública
como meu trabalho e nem consultório particular tenho mais. Especializei-me
(acho que até demais) na área e faço jornada integral (sou concursado para 2
cargos de 4 horas diárias). Algumas das responsabilidades “burocráticas” da
Secretaria de Saúde acabaram ficando comigo, além da presidência do Conselho
Municipal de Saúde. Então, juntou tudo isso, fazendo minha cabeça não parar de
pensar nem um minuto sequer. Pós-graduação, instrumentos de gestão, prestação de
contas, metas, editais, projetos, atas do Conselho, reuniões, pactuações que
não davam certo, consultórios e equipamentos estragando (sim, até isso aprendi
a consertar, mais ou menos), entre outras responsabilidades. Queria ver tudo
funcionando como deve, mas para isso dependemos de outros funcionários, alguns
muito bons e outros que não estão nem aí. Dessa forma fui desanimando até
chegar ao ponto de querer pedir para voltar ao atendimento. Fui demovido dessa
ideia e aceitei continuar, quero ver funcionar corretamente, mas agora dentro
dos meus limites, vi que não é possível, dentro de uma estrutura tão grande,
fazer certas coisas sozinho. Li em algum lugar que a gente entra em “burnout” e
eu estava (ou ainda estou?) nesse ponto.
Uma coisa interessante que
aconteceu, foi fazer o concurso em Varginha, sem ter estudado nada, nem a Lei
Orgânica do Município eu li, mesmo assim fiquei em 10º lugar de mais de 200
candidatos, já chamaram 8, ou seja no momento estou em 2º. Isso renova as
forças. No fim do ano, ainda fui fazer um vestibular para Administração Pública
na UFLA, passei também. Tudo bem, podem falar que é EAD (Educação a Distância),
mas acertei bastante nas questões de português e conhecimentos gerais que
abrange história, geografia, etc. A exceção foi matemática que foi triste. Fiquei
em 12º de uns 150 candidatos. Mas a dúvida persiste, fazer o curso ou não? A
decisão vai ser no limite.
Esporte:
Acho que o ano de 2012 foi um ano
de consolidação como atleta de triathlon. Ainda tenho muito o que evoluir,
estou aprendendo ainda. O legal é que quando jogava tênis ou vôlei, odiava
fazer treinos de corrida. Hoje faz parte da minha vida. A meta de 2011 era
fazer um meio iron, como consegui
fazer Pirassununga, relaxei depois. Cheguei aos 96 kg, mas já perdi bastante e
a meta é perder mais.
Tive uma frustração que não sabia
que doía tanto, não terminar uma prova, o GP Extreme em São Carlos. Como São
Carlos em 2011 foi meu primeiro triathlon (na distância short), adorei o lugar e fui o primeiro a me inscrever para 2012,
assim a organização me deu a inscrição para o short no dia anterior, em resumo, 1 prova short distance no sábado a tarde (750m natação / 20 km bike / 5 km corrida) e outra no domingo
de manhã (1 km natação / 100 km bike / 10 km corrida). Falei que não ia fazer
muita força na prova de sábado, mas não dá, terminei me sentido bem. Mas dormi
mal demais, acho que engoli muita água na natação. Domingo de manhã lá estava
eu de novo (roupa molhada ainda). Nadei, fui pedalar (essa prova chama Extreme
devido aos morros insanos), estava cansado e sem estratégia bem formulada de
alimentação. O pneu traseiro fura na parte mais baixa da prova, não acreditava,
uns 10 km dali tinha uma oficina shimano, fui até lá com pneu murcho, eles me
emprestaram uma roda, troquei e fui embora, na outra volta fura o da frente no
mesmo lugar (isso que o asfalto é o melhor que tem), enchi e fui enchendo até
chegar na oficina novamente, já tinha rodado mais de 70 km, só que subi muito
morro com pneu murcho o que foi me demolindo tanto física como mentalmente,
nesse momento desisti da prova. Isso me doeu tanto que nem dormi de domingo
para segunda. Foi um aprendizado que doeu bastante.
Fiz outras provas, como o
Circuito Trilogia em BH, juntamente com um traning
camp da Ironguides, com o Rodrigo Tosta, que hoje me assessora. Aprendi a
treinar, vi que a gente precisa fazer escolhas, vi que temos limites, mas o
principal foi ver que podemos chegar bem longe se fizermos tudo corretamente.
Nessa pilha, cometi uma loucura e me inscrevi no Ironman Brasil 2013 (3,8 km
natação / 180 km bike / 42 km
corrida), que vai acontecer em maio. Estou treinando para não fazer feio.
Fui também a Pirassununga, com o
intuito de melhorar meu tempo de 2011. Com muita chuva, consegui 15 minutos de
melhora, que poderiam ser bem mais se não fosse um problema na transição e a
estratégia de corrida (que tinha 1 km a mais também). O tempo da bike, nos 90
km me surpreendeu, com uma melhora de 30 minutos do ano anterior. Ainda teve
Brotas para fechar o ano com chave de ouro (na foto abaixo, a chegada). O triathlon na distância olímpica
(1,5 km natação / 40 km bike / 10 km corrida) mais difícil do Brasil, certeza.
Só na natação que não tinha morro. De resto nada era plano.
Acredito que tenha crescido como
esportista, percebi que faz parte da minha vida e é um meio de expurgar os
“demônios”.
Vida pessoal:
Como é “pessoal”, vou comentar
sobre alguns aspectos que são mais "públicos" só.
Mesmo com a cabeça cheia, acabei
cedendo aos pedidos de uns amigos e me candidatei a vereador. Pensei assim: a
gente reclama muito, como recusar uma oportunidade de ajudar? Deixei meu nome à
disposição, mas já tinha avisado que não era meu perfil ficar indo de casa em
casa, prometendo coisas que sabia que não iam acontecer e não tinha recursos
financeiros para gastar. Minha campanha baseou-se no facebook, no boca a boca,
em uma carta que fiz expressando minhas intenções e no auxílio dos amigos. No
final obtive 214 votos e gastei uns R$ 100, foi quase. Mas hoje, refletindo
sobre isso tudo, acho que não daria certo e o estresse aumentaria em proporções
geométricas. Foi muito feio o que aconteceu aqui, a campanha para vereador
acaba baseada em mentiras, compra de votos, assistencialismo, cartas
desqualificando os candidatos mais fortes, boca de urna, etc. Minha consciência
está tranquila quanto a isso. Deixo claro também que não foram todos candidatos
que utilizaram dessas artimanhas. Assistindo a um filme esses dias, lembrei
direitinho dessa época, o filme chama “The Campaign”, “Os Candidatos” no
Brasil. No começo do filme, aparece uma frase interessante “A guerra e o vale
tudo na lama tem regras... a política não tem regras”, Ross Perot, candidato à
presidência 1988.
Todo final de ano tenho uma
sensação ruim, uma sensação de não estar indo para frente, de estagnação, dá
uma ansiedade e angústia chatas. Como moro em SGS mesmo, os amigos, a família,
vem tudo para cá. Assim a agenda festiva fica cheia, como é temporário e eles
logo vão embora, sobram poucos. O psicológico dá um nó! Mas passa tão logo os
dias vão se seguindo. Preciso aprender a conviver melhor com isso, fico chato
(mais), desanimado certos momentos, animado demais em outros, uma bipolaridade
incomum para mim.
2013
Espero que 2013 seja um ano bom,
com as expectativas alcançadas e a serenidade de volta. Tenho algumas metas
como treinar corretamente (inclui alimentação), buscar melhor qualificação
profissional, pagar as dívidas (todo ano ela está presente), ler mais, melhorar
na carreira e terminar o Ironman. Outras metas, pessoais, guardo para mim.
Acho que o que eu quero mais que
tudo mesmo é ser mais sereno e enfrentar as situações com mais calma. Cansei de
ficar com a cabeça cheia de problemas que às vezes nem merecem estar ali.
Que venha 2013 com suas
particularidades e surpresas. Como gosto do número 13, acredito que terei um
ano agradável. Torço por isso e farei por onde também, não quero nada de graça,
apesar que, ganhar na mega sena seria uma boa. Taí, outra meta, jogar mais na
mega sena.
É isso....que todos tenham um ano abençoado e também ganhem na mega sena.
Abraços
Guto